Não sei quantas milhares de mulheres sonham uma história de amor maravilhosa com flores e pedido de casamento no aeroporto ou declarações de amor embaixo da sacada. Nem só de amor se faz a vida, mas também de drama! Certa vez ouvi dizer que gostamos mais do drama do que dos relacionamentos. Que imploramos por momentos de choradeira e reconciliação com noites de amor infinitas.
Para eu estar descrevendo todos esses pensamentos é que eles, de fato, existem, já passaram e passam diariamente pela cabeça de muitas mulheres. Aliás, não só delas. Pela convivência com alguns amigos homossexuais, percebo que eles tem uma sensibilidade incrível para o romance, bem como para o drama. E o que chamamos de drama engloba toda essa paixão de enlouquecer embaixo do cobertor e chorar semanas e ele consegue se fazer mais presente na vida das pessoas do que o amor.
Algumas pessoas podem até dizer que não sofrem por isso, porém, não se sabe ainda se existe uma diferenciação entre pessoas "fortes" ou "fracas" quando falamos de drama. Pelo menos a maioria que conheço tem uma recaída por determinadas situações. No geral, nenhuma pode negar não sentir aquela pontinha de ciúmes dos filmes batidos, os quais Hollywood fatura milhões de bilheteria. Pode ser a história da Amanda Peet com o Ashton Kutcher em “De repente é amor” ou os contos infindáveis de Bridget Jones com Marck Darcy em seu diário (filme, inclusive, que tem duas partes!). Esses dias mesmo fui pega de surpresa enquanto comprava DVDs (sim, ainda não tenho Blue-Ray), três filmes pelo preço de um: Querido John, Antes que termine o dia e Diário de uma paixão. Isso é uma overdose…
Inclusive, isso me faz lembrar uma coluna do Ivan Martins, editor-executivo da revista Época que escreve sobre relacionamentos às quartas-feiras, em que ele fala haver um tráfico em torno do amor, em que as pessoas são dependentes a todo momento. Sim, o amor é mesmo uma droga! Vicia e prende, mas precisamos dele, sempre. E o drama acompanha tudo isso…ele vem no pacote, como um site de compras gratuitas: “Adquira amor e ganhe drama”. E esse valor, podemos esperar que ele seja alto, assim como um adicto gasta todo o seu dinheiro em drogas, voce pagará para consumir isso. Porque, no geral, o que toda mulher e românticos afins querem é usar e viver isso, pois não há barreiras, está em todos os lugares, livre para ser consumido.
Exemplo banal são as prateleiras de comédia romântica nas locadoras. Todas estão sempre com a etiqueta de “locado” e ainda há quem faça a reserva de um filme que chegará somente no próximo final de semana. Sem contar os compartilhamentos de mensagens de amor e eternamente felizes em redes sociais e afins. Só para se ter uma ideia da quantidade de drama digital que é produzida, só em 2011, foram lançados cerca de 12 filmes só de comédia romântica. Eu mesma fiz essa pesquisa lembrando os filmes que assisti no ano passado. Uma coisa é fato: se não houvesse usuários, nao existiriam drogas. Assim como não haveriam tantos filmes se não tivessem tantos telespectadores.
A conclusão que podemos tirar disso tudo é que o drama é uma invenção barata pra fazer as pessoas acreditarem que um dia o amor vai acontecer como nos filmes e contos de fadas: perfeito, sem dificuldades e com final feliz. Porém, o que não sabemos é o depois. O que acontece depois que Rapunzel é resgatada da torre ou quando a Bela Adormecida acorda do seu longo sono? O que ocorre com essas e outras histórias que nos lembramos tanto da infância. Que inclusive, é onde toda a problemática começa. Este é o período em que acreditamos que os contos serão reais, que existe príncipe encantado e, assim, somos fragilizadas como seres "cor de rosa" que não podem além do que amar e respeitar. A co-dependencia para com o ser masculino já é explícita sob o comando do pai que passará, no futuro, o "poder" para o marido.
Com a ascenção da mulher no mercado de trabalho, as coisas tomam novas formas, ficam mais ousadas e o aumento da independência faz com que muitas delas deixem de desejar esses momentos na vida, porque já foram muito além do que precisavam que um príncipe fizesse e já adquiriram o que precisavam em termos de relacionamentos. A solução é ficar só e curtir o que a vaidade tem a oferecer. Talvez esse não seja um quadro muito comum a todas, mas muitas aproveitam com muito bom grado cada momento.
Outras tantas estão até hoje em busca do príncipe que vive no contos de fadas e talvez nunca aparecerá. Essas mulheres, totalmente dependentes de drama, são as primeiras a declarar guerra às convictas de que esse tipo de fantasia chega até a locadora e fim. Para essa massa de apaixonados, não precisa haver explicação, simplesmente esse fator ja comove, movimenta, resume e esclarece tudo.
Pensar em ter uma situação semelhante aos dos contos e filmes sustenta e dá forcas o suficiente pra confiar no amanhã e sonhar que algo aconteça. Porque, na verdade, a busca é feita para repetir a fantasia e convencer o então ou futuro parceiro de que essa é a forma correta de levar um relacionamento.
O drama é tão ou mais importante que o amor, porque é neles que muitos apoiam seus sonhos e fantasias sem precisar pagar, talvez só a conta da locadora. A indústria continuará enquanto houver consumidores. E você! Também é um dependente de drama?
Agradeço a participação da minha amiga Amanda de Oliveira Vicente no texto. Obrigada, amiga. Suas dicas foram preciosas! :)
Para eu estar descrevendo todos esses pensamentos é que eles, de fato, existem, já passaram e passam diariamente pela cabeça de muitas mulheres. Aliás, não só delas. Pela convivência com alguns amigos homossexuais, percebo que eles tem uma sensibilidade incrível para o romance, bem como para o drama. E o que chamamos de drama engloba toda essa paixão de enlouquecer embaixo do cobertor e chorar semanas e ele consegue se fazer mais presente na vida das pessoas do que o amor.
Algumas pessoas podem até dizer que não sofrem por isso, porém, não se sabe ainda se existe uma diferenciação entre pessoas "fortes" ou "fracas" quando falamos de drama. Pelo menos a maioria que conheço tem uma recaída por determinadas situações. No geral, nenhuma pode negar não sentir aquela pontinha de ciúmes dos filmes batidos, os quais Hollywood fatura milhões de bilheteria. Pode ser a história da Amanda Peet com o Ashton Kutcher em “De repente é amor” ou os contos infindáveis de Bridget Jones com Marck Darcy em seu diário (filme, inclusive, que tem duas partes!). Esses dias mesmo fui pega de surpresa enquanto comprava DVDs (sim, ainda não tenho Blue-Ray), três filmes pelo preço de um: Querido John, Antes que termine o dia e Diário de uma paixão. Isso é uma overdose…
"De repente é amor" com Amanda Peet e Ashton Kutcher
Inclusive, isso me faz lembrar uma coluna do Ivan Martins, editor-executivo da revista Época que escreve sobre relacionamentos às quartas-feiras, em que ele fala haver um tráfico em torno do amor, em que as pessoas são dependentes a todo momento. Sim, o amor é mesmo uma droga! Vicia e prende, mas precisamos dele, sempre. E o drama acompanha tudo isso…ele vem no pacote, como um site de compras gratuitas: “Adquira amor e ganhe drama”. E esse valor, podemos esperar que ele seja alto, assim como um adicto gasta todo o seu dinheiro em drogas, voce pagará para consumir isso. Porque, no geral, o que toda mulher e românticos afins querem é usar e viver isso, pois não há barreiras, está em todos os lugares, livre para ser consumido.
Exemplo banal são as prateleiras de comédia romântica nas locadoras. Todas estão sempre com a etiqueta de “locado” e ainda há quem faça a reserva de um filme que chegará somente no próximo final de semana. Sem contar os compartilhamentos de mensagens de amor e eternamente felizes em redes sociais e afins. Só para se ter uma ideia da quantidade de drama digital que é produzida, só em 2011, foram lançados cerca de 12 filmes só de comédia romântica. Eu mesma fiz essa pesquisa lembrando os filmes que assisti no ano passado. Uma coisa é fato: se não houvesse usuários, nao existiriam drogas. Assim como não haveriam tantos filmes se não tivessem tantos telespectadores.
Marck Darcy e Bridget Jones
A conclusão que podemos tirar disso tudo é que o drama é uma invenção barata pra fazer as pessoas acreditarem que um dia o amor vai acontecer como nos filmes e contos de fadas: perfeito, sem dificuldades e com final feliz. Porém, o que não sabemos é o depois. O que acontece depois que Rapunzel é resgatada da torre ou quando a Bela Adormecida acorda do seu longo sono? O que ocorre com essas e outras histórias que nos lembramos tanto da infância. Que inclusive, é onde toda a problemática começa. Este é o período em que acreditamos que os contos serão reais, que existe príncipe encantado e, assim, somos fragilizadas como seres "cor de rosa" que não podem além do que amar e respeitar. A co-dependencia para com o ser masculino já é explícita sob o comando do pai que passará, no futuro, o "poder" para o marido.
Cena do filme "Meu primeiro amor"
Com a ascenção da mulher no mercado de trabalho, as coisas tomam novas formas, ficam mais ousadas e o aumento da independência faz com que muitas delas deixem de desejar esses momentos na vida, porque já foram muito além do que precisavam que um príncipe fizesse e já adquiriram o que precisavam em termos de relacionamentos. A solução é ficar só e curtir o que a vaidade tem a oferecer. Talvez esse não seja um quadro muito comum a todas, mas muitas aproveitam com muito bom grado cada momento.
Outras tantas estão até hoje em busca do príncipe que vive no contos de fadas e talvez nunca aparecerá. Essas mulheres, totalmente dependentes de drama, são as primeiras a declarar guerra às convictas de que esse tipo de fantasia chega até a locadora e fim. Para essa massa de apaixonados, não precisa haver explicação, simplesmente esse fator ja comove, movimenta, resume e esclarece tudo.
Pensar em ter uma situação semelhante aos dos contos e filmes sustenta e dá forcas o suficiente pra confiar no amanhã e sonhar que algo aconteça. Porque, na verdade, a busca é feita para repetir a fantasia e convencer o então ou futuro parceiro de que essa é a forma correta de levar um relacionamento.
O drama é tão ou mais importante que o amor, porque é neles que muitos apoiam seus sonhos e fantasias sem precisar pagar, talvez só a conta da locadora. A indústria continuará enquanto houver consumidores. E você! Também é um dependente de drama?
Agradeço a participação da minha amiga Amanda de Oliveira Vicente no texto. Obrigada, amiga. Suas dicas foram preciosas! :)