terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Você virou cadastro?

Um jantar com as amigas e muitos temas à mesa. Um deles me chamou a atenção e surgiu por um comentário: "ele some, aparece de vez em quando e saímos para beber algo ou jantar...mas nunca é nada sério...". A resposta imediata de uma das amigas me tirou até a concentração: "ah, já vi tudo! você virou mulher cadastro!". Naquele momento tudo ficou explicado, mais do que isso, esclarecido à ponto de ser o ar que respirei durante o resto da semana. 

Mulheres cadastro. Quem inventou o conceito sabia do que estava falando. É um típico guru de relacionamentos do século XX, com certeza. Mas, além disso, é uma pessoa muito sensata quando decide qualificar, desta forma, uma mulher que é procurada somente no momento que interessa. 


Primeiro fui à campo, perguntei para os mais fiéis amigos, aqueles que podemos falar sobre tudo, online ou durante uma bebericada aqui e um amendoim ali. E eles revelaram: Sim, os homens tem um cadastro - só que, claro, não denominam dessa forma. E a justificativa: ninguém quer fazer ninguém sofrer, principalmente porque há uma pessoa conivente do outro lado, ou seja, que está totalmente certa de que está ali para isso, ser companhia. Será?


Será que todas sabem porque ele liga dizendo que está sozinho precisando de alguém para assistir um filme; quando quer alguém pra tomar uma cerveja ou até mesmo quando bate aquela vontade de passear, sem compromisso, no shopping ou em qualquer outro lugar? 

Para mim o sentimento da maioria das mulheres diante disso é de exclusividade, de achar que pode acontecer algo mais. Muitos enganos e nenhuma explicação. Só se sabe que a caça é certa, mas o caçador nunca confessará que só a procura pra isso ou aquilo, sem intenção de se envolver. Usada sem ou com conivência, em quantos por cento avalia que será a namorada depois de umas saidinhas? É pra se pensar... 

Por um lado, penso que não deve ser tão ruim ser o escape de alguém, se tiver à toa, sem compromisso com ninguém, quiser uma aventurinha aqui e ali, mas sabe...se mais de 45% das mulheres me disser que não quer um relacionamento sério, paro de escrever o blog, porque, ou estou vivendo com encalhadas carentes depressivas ou a coisa tá feia do lado de fora. 

No meu círculo de amizades, conheço pessoas tranquilas quanto a um relacionamento, pacientes, mas não que não queiram ter alguém ao lado. Um amigo até chegou falar que isso tem muito a ver com as pessoas amarem mais o desejo do que o desejado, nessa parte concordo com ele. Pra mim, o mundo está divido, claramente, assim: indivíduos que amam as coisas e usam as pessoas. 

Mas não vou colocar a culpa somente nos homens, ok? Meus amigos foram tão queridos em suas observações que me despertaram para um algo que ocorre com frequência, as mulheres também estão cadastrando! Não fiquei abismada quando um deles me disse que já fora usado por uma de suas paqueras preferidas. Ele pensou que era considerado o namoradinho e, no final, ela começou a namorar com outro. 

Isso pra mim é um reflexo de tudo o que o mundo atual traz: mulheres social e financeiramente capacitadas para se acharem no direito de fazer as mesmas coisas que os homens. Basta um pouco de independência, cara de pau e voalà, temos uma orda que separa o joio do trigo e consegue encontros fáceis, sem precisarem ser muito convincentes. O problema é que umas e outras fazem em sã consciência, enquanto outras ainda, nem tanto, pois esperam o dia em que serão enxergadas de forma diferente, como alguém para se apaixonar.

E para aqueles que catalogam sempre, não vejo problema algum, mas não reclamem estar perdendo o amor da vida por estar ao lado de outra pessoa, mesmo que temporariamente. Enquanto se perde tempo com um, o que te espera cansa. 

O fato é: quem um dia cadastrou, será cadastrado e vice versa. E quem nunca catalogou os contatos com preferências, afinidades e outros quesitos, que jogue a primeira pedra! 

E você, já virou cadastro ou já cadastrou alguém? 




domingo, 20 de janeiro de 2013

Morena solitária procura...

Muitos riem antes de preencher dados do tipo: "o que está procurando?", "qual o seu perfil ideal?"... mas o que leva uma pessoa a se cadastrar num site de relacionamentos?

Fiz o teste! É, aquele velho teste básico, em que a gente entra, vê se existe uma possibilidade e se depara com uma verdade: tem mais gente decente numa rede de namoros do que na vida real! Será isso possível? Será que atingimos a plenitude da ignorância em tentar, ao invés do tête-à-tête  nos aproximar pela internet?

O algo inatingível num ser humano pode ser classificado, compreendendo o caráter, os gostos, as preferências. Muito se diz em uma dessas redes, pouco se expressa. As fotos significam mais ainda, talvez não exista o conhecer, mas o cantinho da tela dá a opção do "sorria para fulano", "curta o perfil de cicrano".

Confesso que acho a experiência tentadora, supreendente, principalmente por constatar que os melhores "currículos" podem ser encontrados em um site como esse. Não me impressiona que algum head hunter um dia se cadastre só para desfrutar do grande hall de profissionais em espaço aberto, ou melhor, fechado, com senha de acesso e login do perfil.

Ok, talvez eu esteja sendo muito pessimista quando eu digo que talvez as chances de conhecer alguém ao vivo e em cores esteja dizimada, mas (Hellooo!!!) o mundo digital se mostra grandioso, com sua "venda" magnífica. Pares feitos, perfeitos, um para ele e outro para ela. Me diga se não é uma feira de tentações! Quero três desses e mais dois daqueles, com direito à jantar fora, se gostar da minha foto! E se gostar de Paris, desprezar Veneza e achar que Praga é o lugar mais lindo do mundo, podemos marcar o casamento, e a igreja é logo ali.

E assim caminha a humanidade...e se eu já acho que o mundo fora do digital não está tão interessante como em outrora, por que os zilhões de humanos que aqui vivem, também carentes, estariam? 

É de se questionar a causa, motivo, razão, circunstância, para alguém entrar nessa, mas eu também me perguntei quando resolvi fazer o teste. E não sou de se jogar fora! Talvez a gente só espere uma coisa do mundo virtual, que não temos no real, ser amados e compreendidos da forma que somos, de verdade.

Aproveitei o post para expor o trabalho da designer Thais Aragao, que diz muito sobre a procura...









E para quem gosta de filmes, Diane Lane trabalha muito bem em "Procura-se um amor que goste de cachorro". Estrelado, também, por John Cusak, a divertida comédia romântica fala sobre como, depois de uma série de relacionamentos desastrosos, uma professora do jardim de infância descobre o amor, após colocar um anúncio na internet procurando um namorado. Vale a pena conferir! 




sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Por que não eu?

A merda de amar platonicamente 

O tema pode ser batido, mas acontece a todo momento. Ontem mesmo uma amiga dizia que queria um namorado. No dia seguinte foi surpreendida por um peguete que queria falar sobre namoro como quem nao queria nada, mas como não gostava do rapaz, teve que fugir da conversa. Sua justificativa: "ele é muito legal, o adoro, temos afinidades, mas não rola química"... 

"Há sempre alguma loucura no amor.
Mas há sempre um pouco de razão na loucura" (F. Nietzche)
E é ai que tudo comeca...o que é, afinal, o amor platônico, a dor de não ser correspondida?

Até outro dia eu ouvia "Domingo no Parque",do Gil, como o maior crime ocorrido em uma música, depois de "Faroeste Caboclo" e percebi que as duas tinham algo em comum: o amor platônico. José matou João por causa de Juliana, seu amor. Assim como Jeremias tirou a vida de João de Santo 
Cristo por causa de Maria Lúcia. Mas ai o leitor vai me perguntar: "Hey, mas amar o outro que não nos ama ou simplesmente gostar nos levará à morte?". À princípio não, mas com o passar do tempo a morte será eminente, mas não real, com caixão e vela preta, a não ser que queira fazer uma cerimônia para o seu próprio coração, o principal órgão machucado na história toda. 

Ninguém morre de amores, já dizia a minha, a sua e a mãe de mais meio mundo. Mas ai fica a pergunta: "Será?". Essa semana mesmo li uma matéria da revista Super Interessante que fala exatamente de ser correspondido ou não. Um estudo de duas Universidades, uma do Canadá e outra dos Estados Unidos, publicado no jornal Psychological Science, acredita que o ser humano tem a intenção, isso mesmo, o impulso racional de se rebelar com algo que seja fora do seu controle, situações que não ache ser definitivas e que parecem impossíveis. Inclusive, na mesma pesquisa, sugerem que se não temos a negativa para o caso, ou seja, se não recebemos um "não" como resposta, insistimos até conseguir. Será que não é isso mesmo que consiste o amor platônico? Será que o que a vovó já dizia sobre estar interessado em alguém que não te quer não faz todo sentido? Estou pensando aqui que até o Crigor, nos seus momentos estrela do Exaltasamba tinha razao na música "Eu me apaixonei pela pessoa errada".


"Você tá nessa, rejeitada, caçando paixão. Eu com a cara mais lavada, digo: Por que não?..."


Por um lado, é mais fácil se conformar com algo plausível (ou não), como a sensação de que ainda pode ser feliz com aquela pessoa que insiste em te ignorar. E por outro, se o impulso for negativo, você desencana e parte pra outra. Acho que depois de ler esse texto, algumas pessoas vão se avaliar e prestar atenção se estão obedecendo aos estímulos certos e se esses estão sendo correspondidos ou não. Se desapegar de uma situação a qual está acostumado, não será fácil, mas é importante avaliar se isso é amor real ou só uma "cisminha" do cérebro. Já aviso que esse daí é cheio de mimimis pra cima do nosso coração!

O amor platônico mata, sangra e machuca, e nunca vamos entender essa relação: ele ou ela quer o fulano ou ciclana e não me quer. Continuaremos a cantar insistentemente "Por que não eu?", com o Leoni e o Herbert Viana ou "Proibida pra mim", dando ênfase naquela parte "Se não eu, quem vai fazer você feliz?", seja com o Charlie Brown ou com o Zeca Baleiro. 

Pensa bem...como a minha amiga, ao lado pode ser que haja alguém que te espere, que sofra com o coraçãozinho doente e calado por uma chance. Afinal, essa dor não se limita somente a uma pessoa e não escolhe em quem vai se instalar.



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

As perfeitinhas x as de verdade

Garotas perfeitas são o foco, mas as de verdade são as que mais os fazem felizes!

Recentemente fiquei sabendo da separação de um casal que eu conhecia e sempre dizia: "Esse casamento nunca acabará, eles são perfeitos!". Depois de poucos anos de casados, ele a traiu com algumas garotas de programa. Minha primeira reação foi de descrédito, mas a seguinte foi mais como um impulso para analisar tudo o que houve. Fiquei pensando como duas pessoas, que pareciam se completar tanto, um dia acabariam no divórcio, principalmente por causa de traição. Eu imaginava que a (ex)  esposa fosse a mulher mais perfeita do mundo. E era ai onde estava o problema. Eu enganada e o (ex) marido mais ainda. 

Desde o começo, o cara sabia que casara com uma virgem, mulher de pele, corpo e cabelos perfeitos, sem nenhum apego com coisas relacionadas à casa e à família. Inclusive, uma das justificativas foi de que a esposa não lidava com os afazeres do lar, nunca cozinhava, nem organizava as coisas. Mesmo com esse pensamento que parece ser machista, ele não queria uma empregada, mas uma mulher normal, de verdade.

Com este contexto consigo expor o meu assunto...Mulheres perfeitas! O que tem de tão errado nisso? A perfeição! Buscar garotas fofas, sempre com unhinhas e cabelinhos feitos, virgens, as mais sem sal, eu diria, virou um clichê masculino. Certos de que essas serão seus troféus para os amigos, topam um casório e depois as traem com as mais pervertidas que se pode achar na face da terra. Vida dura, não? Pois eu não acho! Aqui fica a velha história: faça suas escolhas e corra seus riscos. Quer perfeição, arque com isso.

Um outro episódio interessante foi em uma conversa de bar com alguns amigos, fiquei observando os 'conversês' nesse sentido: "...olha, aquela ali toda delicadinha...", "...que cabelo lindo, que pele...". Fiquei mesmo pensando se estava num bate papo de homens ou de gays, tamanha pontuações. No final tentei entender o que os atraia tanto, mas confesso que não consegui. Um amigo até tentou explicar: "ah, essa tem jeito que é boa pra casar!". Como assim? pensei comigo...o que seria uma mulher pra casar? Aquela que fará ou não fará o que a ex esposa do meu colega não fez?

Há alguns dias viajei pra outro estado e conheci uma mulher perfeitinha que tinha na casa onde me hospedei. Quando fui lavar a louça ela se preocupou: "Meu Deus! Suas unhas estão feitas, vai estragar tudo lavando isso!". Eu respondi tranquilamente que tinha acetona e algodão na bolsa e que tiraria tão logo ficasse feio e completei com um: "Uma hora esse esmalte ia ter que sair, e eu não ia deixar de ajudar na cozinha pra preservá-lo". A expressão assustada já me dizia tudo e o pensamento deveria ser de: "...que louca!". É...eu prefiro mesmo ser louca ao ficar valorizando essas coisicas mínimas que nada acrescentam na vida da gente. 

Talvez eu seja a mulher mais macho que conheço, ou talvez eu seja somente mulher. Aquela que anda descabelada, porque ninguém fica de escova o dia inteiro; que vez ou outra faz as unhas porque manicure é caro, mas as mantém limpas e aparadas por questão de higiene; aquela que senta pra tomar uma cerveja no bar e incentiva a paquera alheia em alguns casos; que se namora ou casa sabe lidar com o dia a dia de uma família, fazer uma comida caprichada ou cuidar dos filhos sem frescura. Esse é meu conceito real de mulher.  

Pra finalizar, não acredito em casamentos e convivências perfeitas, muito menos em mulheres que beiram à perfeição, mas acredito no companheirismo e no respeito acima de qualquer relacionamento. Para aqueles que buscam as sem defeitos, boa sorte, as putas estarão ansiosas pela sua visita daqui uns (poucos) anos. E para os que querem as mulheres, normais, muitas (mesmo) estão à espera de vocês!

Uma coisa que devo lembrar: as mulheres também tem opção de escolher com quem querem estar. Se te sugerirem perfeição e não quiser aceitar, ignore. Se não é sem defeitos o suficiente pra ele, também opte por um homem mais humano pra estar ao seu lado! 


Perfeita, só a Madonna - the real Material Girl <3