segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A liberdade que não se compra

Em qual momento o libertar se torna publicamente taxado de não amar

O assunto me veio à reflexao após ouvir a seguinte frase: "É por não gostar de você de verdade que te deixa tão solto". O que teria isso a ver com sentimento? Na minha opinião, o deixar "solto" nada mais é do que uma prova de amor. Ninguém deixa o outro de lado, largado, sozinho...as pessoas só se permitem serem libertas, pelo sentimento e confiança. No que me tange, a liberdade nem sequer parece com deixar de lado, é algo que se conquista com o tempo, que acredita, confia e ama mais do que o que prende. Todos os casais que conheço e que se permitem esse tipo de liberdade, vivem bem e se amam sem fingimentos ou interesses implícitos. 

Caetano Veloso - Sozinho 

Na verdade, me desculpem os ciumentos, mas esse tipo de sentimento de prender é tão prejudicial quanto uma pedrada na cabeça em dia de campeonato. É muito importante saber a hora de guardar, mas se a pessoa já é sua, não é preciso temer, está escrito dentro dos olhos, no toque, no coração. Não há dúvidas, medo e apreensão que impeça o outro de ser feliz quando se liberta. Quem não consegue entender isso, será sempre preso do próprio pensamento. E digo uma coisa: o cérebro cria os piores monstros dentro de nós mesmos, Freud explica!

Uma coisa importante em tudo isso, é saber como o seu ou sua companheira lidam com essa situação. O que os outros falam, pouco interessa, pois já conheci muita gente que prendia, e o parceiro saia aos finais de semana escondido pra ir badalar ou cantava outras por mídias sociais fakes.

Por incrível que pareca, todo esse contexto me fez lembrar da música "Sozinho", do Caetano, em que ele pede para não  ficar solto, sozinho, mas integra com um "Quando a gente ama, claro que a gente cuida". Isso prova que não é preciso estar perto para saber que está junto. A canção me deixa claro que cuidar com zelo não  é deixar de lado, nem por um instante. 

Todo ser humano precisa de uma valvula de escape, um tempo para si, para poder viajar sozinho ou sair com os amigos pra tomar umas cervejas e, até mesmo, paquerar outras pessoas. Sim, paquerar...ninguém está falando de transar com ninguém, mas olhar não mata, a menos que a parceira cometa um homicídio antes, mas ai é outra história...  

Acho importante lembrar disso...não é pra largar, tem que cuidar, mas libertar em primeiro lugar. O conceito não serve só pro parceiro, mas pra você também. E esse antigos pensamentos já estão fora de moda, caídos, por assim dizer. Os casais que mais combinam, são aqueles que tem amigos e vivem socialmente felizes, se libertam. Já reparei que a maior parte das traições ocorre por casais que se sufocam. E aqueles que já tiveram a oportunidade de aprender a viver libertos, nunca mais aceitarão um relacionamento diferente.

E se você ainda acha que é prendendo que se conquista ou evita levar uns chifres, como  dizem por ai, está na hora de rever seus conceitos e perceber que  nada (nada mesmo!) evitará que o outro faça algo do tipo. O principal é sua própria consciência e sempre lembrar que não é preciso estar longe pra estar perto. A mais linda prova de amor é libertar. Pense nisso!